Celebrada pelo governo, a sucessão de recordes na balança comercial desvia as atenções da dificuldade do Brasil de diversificar o comércio exterior com o resto do mundo. Para chegar à marca histórica de US$ 339,7 bilhões exportados em 2023, o Brasil contou com a China e seu inesgotável apetite por commodities. A China é o primeiro país a comprar mais de US$ 100 bilhões do Brasil em um ano - mais precisamente, US$ 104,3 bilhões em 2023 -, US$ 14,9 bilhões a mais do que a já expressiva cifra, de quase US$ 90 bilhões, registrada em 2022. Para especialistas em comércio exterior, mesmo com a tendência de desaceleração da economia chinesa, essa dependência comercial não é por enquanto motivo de preocupação. O Brasil, avaliam eles, deve continuar sendo um pilar na segurança alimentar da China, ao mesmo tempo em que a expansão da classe média chinesa abre oportunidades para enriquecer a pauta com seu maior parceiro comercial.